Influência da estimulação elétrica
funcional (EEF) no tónus muscular e controle postural nos hemiplégicos após
AVC.
No processo de
reabilitação funcional em utentes hemiplégicos temos que considerar as
alterações posturais, encurtamentos musculares e alterações dos padrões de
movimentos. Mudanças morfológicas, fisiológicas e biomecânicas dos músculos
(DEAN et al 2000) podem contribuir a diminuição da amplitude de movimento,
causar dor e contraturas, como, também dificuldades funcionais.
A reabilitação das funções motoras passa
pela Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva e o método Neuro-Evolutivo. No
processo da neuro reabilitação existem ainda aparelhos de estimulação eléctrica
para diversas finalidades: alívio da dor, fortalecimento muscular, aumento da
resistência, diminuição da espasticidade, aquisição ou manutenção de amplitude
de movimento e para produção de movimentos funcionais (WANG, J & STELMACH
apud OBERG, 2002).
A Estimulação Elétrica
Funcional (EEF) utiliza a corrente elétrica para provocar a contração de
músculos paralisados ou enfraquecidos decorrentes de lesão do neurônio motor
superior.
- Os efeitos imediatos são: inibição
recíproca, relaxamento do músculo espástico e estimulação sensorial de vias
aferentes.
- Os efeitos tardios agem na
neuroplasticidade e são susceptíveis de modificar as
propriedades viscoelásticas musculares e favorecer a ação e o desenvolvimento
de unidades motoras de contracção rápida.
No entanto, a sua aplicação é limitada
por certos critérios de exclusão como alterações tróficas no local da aplicação
da EEF, Diabetes Mellitus avançada, alterações cognitivas importantes e outras
doenças neurológicas associadas.
O
tratamento fisioterapêutico, integrado num conjunto de intervenções, baseia-se
então em restaurar as habilidades funcionais desses indivíduos através do
processo de aprendizagem ativa do indivíduo (RICHARDSON, 2002; STOKES,2000). A
utilização da EEF no membro superior de indivíduos que sofreram AVC tem como
princípio realizar movimentos funcionais como alcance e preensão de um objecto,
consequentemente reduzindo a espasticidade (SULLIVAN, 2005) e melhorando o
controlo motor selectivo na função do alcance e preensão (SHUMWAY-COOK,
2003),havendo assim, o recondicionamento do ato motor associado à percepção.
Sendo
que os sistemas, sensorial e motor trabalham em conjunto para a coordenação de
movimento através de uma sequência correta de activação entre os músculos
sinergistas, agonistas e antagonistas, o mecanismo da terapia com a EEF é que
caminhos motores alternativos são recrutados e ativados para ajudar nos
caminhos eferentes danificados (ROBY-BRAMI 1997).
Estudos mostram que a
EEF pode ser aplicada diariamente (CHAE, J. Et al, 1998) e por um período de
até seis meses (CAURAUGH, J et al, 2000). O programa com duas sessões semanais
durante três meses com duração de 20 minutos cada sessão sendo uma média de
tempo utilizada em diversos estudos (OBERG, 2002) mostrou-se viável, visto que
os resultados alcançados foram positivos.
A
recuperação da força isométrica e a redução das desabilidades dos membros
superiores dos hemiplégicos (POWELL, 1999), bem como a recuperação da força
muscular e da coordenação motora, mostram que a combinação da estimulação
eléctrica com o esforço voluntário promove e mantém a recuperação funcional.
Miyazaki, E., Rosa, T., Nascimente, A. & Oberg, T.
(2008) Influencia da estimulação electrica para adequação de tono muscular e
controle motor em hemiplégicos. INTELLECTUS
– Revista Academica digital do Grupo POLIS Educacional – ISSN (5), 1679 –
8902.
Sem comentários:
Enviar um comentário