Pontos motores e
a FES
Na
aplicação prática da FES é essencial ter em atenção alguns critérios como:
·
a
escolha do material a utilizar (aparelho, eletródos e meio de contacto);
·
a
preparação da pele;
·
a
localização dos eletródos;
·
os
parâmetros da estimulação (forma da onda, frequência e duração do estímulo,
tempo de estimulo e repouso, intensidade do estimulo e duração da aplicação).
Todos os
critérios são essenciais para uma correta aplicação da estratégia de
tratamento, contudo a localização dos eletródos é fundamental. A colocação dos
eletródos baseia no sentido da contração muscular, no ponto em que o nervo
afetado inerva o músculo a trabalhar (ponto motor) e no sentido e direção do
estimulo elétrico aplicado. O eletródo negativo deve estar sobre o ponto motor,
de forma a e estimular a junção neuromuscular, e permitir a transmissão do
estímulo as fibras musculares. O eletródo positivo deve estar sobre uma região
do músculo menos excitável, por exemplo, na junção mio-tendinosa, de forma otimizar
a propagação do estímulo. Cada músculo apresenta um ponto motor iremos apresentá-los
na tabela seguinte.
Segmento/ região corporal
|
Músculo
|
Ponto motor
|
Membro superior
|
Deltoide anterior
|
Sobre ventre muscular do mesmo
anteriormente
|
Deltoide médio
|
Sobre ventre muscular do mesmo
medialmente
|
|
Deltoide posterior
|
Sobre ventre muscular do mesmo
posteriormente
|
|
Peitoral maior
|
Porção muscular mais próxima da axila
anteriormente
|
|
Coracobraquial
|
Depressão no terço superior do braço
medialmente
|
|
Bicípite
|
Terço médio do braço anteriormente
|
|
Tricípite (longa porção)
|
Porção muscular mais próxima da axila
posteriormente
|
|
Tricípite (porção lateral)
|
Terço medio do braço
póstero-lateralmente
|
|
Tricípite (porção medial)
|
Terço inferior braço
póstero-medialmente
|
|
Braquial
|
Terço inferior do braço
antero-lateralmente
|
|
Braquiradial
|
Terço superior do antebraço
antero-lateralmente, perto cotovelo.
|
|
Extensor radial do carpo (longo e
curto)
|
Ao nível do cotovelo
póstero-lateralmente (++)
|
|
Supinador
|
Ao nível do cotovelo
póstero-lateralmente (-)
|
|
Pronador redondo
|
Terço superior do antebraço
antero-lateralmente perto cotovelo
|
|
Extensor dos dedos
|
Terço superior do antebraço
póstero-lateralmente
|
|
Extensor ulnar do carpo
|
Terço superior do antebraço
posteriormente
|
|
Flexor ulnar do carpo
|
Terço superior do antebraço
antero-medialmente
|
|
Flexor radial do carpo
|
Terço medio do antebraço anteriormente
|
|
Extensor do dedo mínimo
|
Terço médio do antebraço
póstero-lateralmente
|
|
Palmar longo
|
Terço médio do antebraço antero-
medialmente (++)
|
|
Flexor profundo dos dedos
|
Terço médio antebraço
antero-medialmente
|
|
Flexor longo do polegar
|
Terço inferior antebraço
antero-lateralmente
|
|
Flexor superficial dos dedos
|
Terço inferior do antebraço
antero-medialmente
|
|
Abdutor longo do polegar e Extensor
curto do polegar
|
Terço inferior do antebraço
póstero-lateralmente
|
|
Extensor longo do polegar
|
Terço inferior do antebraço
póstero-lateralmente
|
|
Adutor do polegar
|
Entre 1º e 2º metacarpo
|
|
Interósseos dorsais e palmares
|
Do lado medial e lateral de cada
metacarpo desde 2º ate 4º
|
|
Abdutor curto do polegar
|
Zona tenar, mais próximo da região
cárpica.
|
|
Oponente do polegar
|
Zona tenar, no terço inferior do 1
metacarpo
|
|
Flexor curto do polegar
|
Zona tenar, no terço medio do 1
metacarpo
|
|
Abdutor do dedo mínimo
|
Terço medio do 5 metacarpo medialmente
|
|
Flexor e oponente do dedo mínimo
|
Terço medio do 5 metacarpo
anteriormente
|
|
Lumbricóides
|
Do lado medial e lateral de cada
metacarpo desde 2º ate 4º
|
|
Membro inferior
|
Bicípite femoral
|
Terço superior da coxa
póstero-lateralmente
|
Semimembranoso e semitendinoso
|
Terço superior da coxa
póstero-medialmente
|
|
Quadricípite (Reto femoral)
|
Terço médio da coxa, anteriormente
|
|
Quadricípite (Vasto lateral)
|
Terço inferior da coxa,
antero-lateralmente
|
|
Quadricípite (Vasto medial)
|
Terço inferior a coxa,
antero-medialmente
|
|
Tibial anterior
|
Terço superior da perna, anteriormente
|
|
Longo Peronial
|
Terço superior da perna
antero-lateralmente
|
|
Gastrocnémios (medial e lateral)
|
Sobre ventre muscular do mesmo
posteriormente
|
|
Solhar
|
Lateralmente e medialmente ao tendão
de Aquiles
|
|
Extensor longo do Hálux
|
Terço inferior da perna, anteriormente
|
|
Extensor curto dos dedos
|
Zona anterior e próxima da
tibiotársica (metatarso)
|
|
Abdutor longo do Hálux
|
Zona medial e média do 1º metatarso
|
|
Flexor longo do Hálux
|
Lateralmente ao tendão de Aquiles
|
|
Flexor longo dos dedos
|
Medialmente ao tendão de Aquiles
|
|
Tibial posterior
|
Sobre calcâneo medialmente
|
|
Tórax
|
Trapézio superior
|
Sobre ventre muscular do mesmo
póstero-superiormente
|
Trapézio médio
|
Entre coluna vertebral e bordo medial
da escápula.
|
|
Trapézio inferior
|
Região média do tórax posteriormente,
lateralmente á coluna vertebral.
|
|
Supraespinhoso
|
Superior á espinha da escápula
|
|
Infraespinhoso
|
Bordo lateral da escápula
|
|
Redondo maior e menor
|
Lateralmente á escapula, próximo da
axila
|
|
Serrátil anterior
|
Sobre a grelha costal lateralmente
|
|
Latíssimo do dorso
|
Região inferior do tórax
posteriormente lateralmente a coluna vertebral, superior as cristas ilíacas.
|
Para que
a estimulação tenha resultado no aumento da função muscular, é necessário
conhecer qual o tipo de fibras a estimular, desta forma podemos encontrar a
frequência correta a utilizar. A duração do impulso deve respeitar o limiar
das fibras motoras, para que tenha a ação correta sobre o músculo a trabalhar. O tempo
de estímulo deve ser menor que o tempo de repouso, entre estimulações, para
evitar a fadiga. A modulação do estímulo utilizado deve ter em atenção que o
tempo gasto até a contração máxima deve ser menor que o tempo de diminuição do estímulo.
Na
aplicação da FES a corrente utilizada tem que ser bifásica, com uma frequência
entre 12 a 25 Hz (tendo valores ligeiramente diferentes entre os membros –
entre 12 e 16 Hz para o membro superior e entre 18 e 25 Hz para o membro
inferior), tendo uma duração de
impulso entre 200 e 400 microssegundos (sendo o ideal 300 microssegundos para
os músculos mobilizadores e os 400 microssegundos utilizados para os músculos estabilizadores),
e respeitando a regra de tempo de estimulação e de modulação.
A
duração de tratamento deve ser entre 5 minutos e 3 horas, contudo devemos ter
em consideração a tolerância do utente, a curto e a longo prazo, ao tratamento
de estimulação elétrica.
Pode consultar o link abaixo, para obter mais
informação sobre a aplicabilidade da FES:
Referências
bibliográficas:
-
Almeida, Patrícia (2012). Estimulação elétrica neuromuscular. Fisioterapia em
condições neuromusculares. Alcoitão: Escola Superior de Saúde de Alcoitão.
-http://pt.scribd.com/doc/34327757/MOTOR-POINTS-FOR-ELECTRICAL-STIMULATION-FOR-PHYSIOTHEAPIST (consultado a 24 de outubro de 2012, ás 18h).
-http://pt.scribd.com/doc/34327757/MOTOR-POINTS-FOR-ELECTRICAL-STIMULATION-FOR-PHYSIOTHEAPIST (consultado a 24 de outubro de 2012, ás 18h).
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